Texto I: Nós, os mutantes
De onde vieram os super-heróis que conhecemos na série X-Men, de Stan Lee? Da preguiça de seu autor, que não encontrou uma explicação mais criativa do que simplesmente dizer que nasceram daquela forma. [...] Os mutantes de Lee nascem com habilidades extraordinárias e com algumas características bizarras, também. Muitos deles passaram boa parte da vida tentando esconder ou anular essas qualidades que os diferenciam do resto dos seres humanos. Outros se tornaram vilões para vingar-se da sociedade que os despreza por puro preconceito. [...]
Na vida real, as mutações genéticas são constantes, inevitáveis e fizeram de nós o que somos hoje. Toda a evolução da humanidade – e do resto dos animais também – é consequência das confusões que nosso organismo faz na hora da autoduplicação do DNA. Ciência pura. Os mutantes estão por aí. O que não quer dizer que a gente vá encontrar um Wolverine andando pela rua assim tão fácil. [...] Mutações acontecem a todo momento. Alguns cientistas estimam que cada um de nós carregue cerca de 300 delas, se compararmos nosso genoma aos de nossos pais. Mas a maior parte não terá efeito nenhum sobre nossas características, porque 98,5% do material genético é "DNA inútil" – são íntrons, trechos que não codificam proteínas, mas que, apesar do apelido, são absolutamente úteis e necessários para a regulação do genoma. [...]
À medida que o estudo do genoma humano revela a localização das mutações que causam doenças, ou que nos protegem delas, é possível aprimorar a técnica usada nos laboratórios. De acordo com o geneticista Péricles Hassun, "através da terapia gênica, cientistas de várias áreas têm conseguido bons resultados no tratamento de doenças, como hipertensão, isquemia, câncer, diabetes e mesmo doenças coronarianas.[...]
Vira e mexe uma história toma a mídia e gera burburinho e bate-boca no meio científico. São raros, mas há casos de humanos com características que parecem indicar alguns passos adiante na evolução. Físico mais resistente, habilidades psíquicas inexplicáveis, características adaptativas inéditas. Ninguém garante, mas esses podem ser indícios do nosso futuro.
(Inês Silveira. revista Para saber e conhecer, setembro de 2011. Adaptado)
Questão 50
O que permite a aproximação entre os
super-heróis, de Stan Lee, citados no texto I, e os
seres humanos que sofrem mutações é, segundo a
autora, o seguinte:(A) a preguiça, que propicia a busca de soluções criativas para problemas cotidianos. (1º parágrafo)
(B) a maldade, que transforma indivíduos comuns em vilões vingativos e desprezados pela sociedade. (1º parágrafo)
(C) as anomalias hereditárias devido ao excesso de "DNA inútil", o que transforma pessoas comuns em aberrações sociais. (2º parágrafo)
(D) os processamentos genéticos que podem evidenciar um padrão atípico de desenvolvimento. (2º parágrafo)
(E) as doenças cardíacas, que são adquiridas em laboratórios durante terapias. (3º parágrafo)
Questão 51
Considere os seguintes trechos do texto I:
... que a gente vá encontrar um Wolverine andando pela ruaOs termos destacados expressam, correta e respectivamente, as seguintes ideias:
assim tão fácil.
Alguns cientistas estimam que cada um de nós carregue cerca
de 300 delas...
... mas que, apesar do apelido, são absolutamente úteis e
necessários...
(A) intensificação, imprecisão, oposição.
(B) qualificação, concessão, oposição.
(C) concessividade, imprecisão, condição.
(D) comparação, intensificação, imprecisão.
(E) exclusão, simultaneidade, qualificação.
Questão 52
Com relação ao período – ... é possível aprimorar a técnica (...) nos laboratórios. –, é correto afirmar que a oração
(A) subordinada expressa valor de advérbio de modo.
(B) subordinada assume função de sujeito da oração principal.
(C) subordinada contém verbo no modo subjuntivo, indicando contraste.
(D) principal revela a presença do modo imperativo, indicando uma ordem.
(E) principal sinaliza que a próxima oração deverá ser lida como sua consequência.
Texto II: Mutante
Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como um mutante
No fundo sempre sozinha
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!
(Rita Lee e Roberto de Carvalho)
(http: //www.vagalume.com.br/rita-lee/mutante.html Acesso em: 25.09.2011.Adaptado.)
Questão 53
Relacionando as informações dos textos I e II e analisando sua forma e conteúdo, pode-se afirmar que(A) ambos os textos apresentam predomínio de linguagem metafórica.
(B) o eu lírico, em ambos os textos, é uma figura feminina que emprega linguagem emotiva.
(C) as ideias apresentadas na canção constituem uma argumentação convincente.
(D) a ficção científica veiculada em ambos os textos assume um formato narrativo.
(E) os conteúdos apresentam intertextualidade, mas distanciam-se pelo gênero textual.
Questão 54
A oralidade expressa no texto II pode ser exemplificada pelo emprego
(A) da expressão "um pouco", que modifica o advérbio "quando" no 1º verso da 1ª estrofe.
(B) do pronome oblíquo "Me" antecedendo o verbo "dá" no 2º verso da 1ª estrofe.
(C) da preposição "até", que indica o limite da ação de "chorar" no 3º verso da 1ª estrofe.
(D) da conjunção comparativa "como", que exprime uma hipérbole no 1º verso da 2ª estrofe.
(E) do verbo no gerúndio "Seguindo", que denuncia alto grau de informalidade no 3º verso da 2ª estrofe.
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